quinta-feira, 28 de maio de 2020

Fonte da Vida (The Fountain) (2006)


Título: Fonte da Vida (The Fountain) (2006)
Gênero: Drama / Romance / Ficção Científica
Direção: Darren Aronofsky
Nota: 7,9/10

Crítica: Sublime e metafórico. Apesar do argumento central ser batido, a narrativa é uma completa viagem para dentro de si mesmo. Tem uma pitada de fantasia, história, ficção científica e espiritualidade. Um cientista, Dr. Thomas Creo (Hugh Jackman), vê o tumor cerebral da esposa, Izzi Creo (Rachel Weisz) evoluir a passos largos. Ele tenta, desesperadamente, descobrir a cura da doença, por meio de testes em macacos, injetando a substância extraída de uma árvore da América do Sul.

Izzi é escritora. Fascinada pelas lendas maias, está trabalhando em um livro sobre a Espanha do século XVI, quando o Império viveu sua era de ouro. Conquistadores desbravavam os mares em busca de aventuras, relíquias e posse de terras na América do Sul. O tema central do livro é a busca pela Árvore da Vida, que prometia a vida eterna para quem bebesse sua seiva. Sabendo que sua doença era terminal, ela pede a Thomas que termine seu livro após sua morte.

Confuso com a situação, o cientista não sabe o que fazer. Se continua sua busca incessante pela cura do câncer, se termina de escrever o livro de sua esposa ou se tenta se conformar com as leis da natureza, da vida e da morte, e seguir sua jornada sem a mulher. O filme fala por metáforas, como se você estivesse dentro dos pensamentos de Thomas, sentindo seu desespero com a narrativa não linear.

A atmosfera criada é totalmente propícia à reflexão, efeito conseguido por meio de ângulos de câmera pouco habituais, trilha sonora penetrante, efeitos visuais texturizados, além de boas doses de câmera lenta. É uma grande meditação sobre o que acontece após a nossa partida e de que maneira será possível vivermos eternamente através dos elementos da natureza, criada pelo "primeiro pai", como o filme denomina Deus. No meio de tudo isso, também o mito do Big Bang e da origem da vida. É preciso ter atenção para acompanhar o roteiro e deixar os pensamentos fluírem leves e soltos. Ótima surpresa! Recomendo!

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A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty) (2012)


Título: A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty) (2012)
Gênero: Drama / História / Thriller
Direção: Kathryn Bigelow
Nota: 7,7/10

Crítica: O filme retrata todo o processo de investigação do paradeiro do terrorista líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, tido como o grande responsável pelo atentado às Torres Gêmeas e ao Pentágono, nos EUA, em 11 de setembro de 2001. A narrativa se inicia no ano de 2003 e é centrada na agente da CIA, Maya (Jessica Chastain), que ingressa na corporação e logo é enviada a campo para acompanhar, no Paquistão, interrogatórios de prisioneiros que poderiam ter alguma ligação com o grupo terrorista.

Os interrogatórios são à base de tortura e comandados pelo agente Dan (Jason Clarke). Maya acompanha o procedimento e, quando Dan é transferido para Washington, ela passa a liderar as investigações. Obcecada, a agente se apega aos relatos dos prisioneiros e às pistas que encontra para, literalmente, caçar e matar Bin Laden, 10 anos após os ataques terroristas ao World Trade Center. A linha de condução do filme é simples, direta, objetiva e tensa. Consegue prender a atenção do espectador, embora alguns trechos sejam um pouco arrastados.

A intenção da diretora Kathryn Bigelow com as cenas mais paradas é justamente tornar a atmosfera densa, pesada, carregada de incertezas, reflexo dos momentos vividos pelos cidadãos norte-americanos nos anos seguintes aos atentados de 11/9. Apesar de detalhado e cuidadoso, o roteiro não apresenta pirotecnias, o que possibilita ao público entender como se desenrola uma verdadeira operação militar. Filme à parte, a pergunta que paira no ar até hoje é: Osama Bin Laden realmente existiu?

A lenda de que o corpo dele teria sido atirado ao mar seria real? Ou Osama seria apenas um personagem interpretado por um ator, cuja história inventada teria servido de pretexto para que os EUA pudessem invadir países do Oriente Médio em busca do controle mundial do petróleo, tendo a Guerra ao Terror como pano de fundo? Essas são respostas que nós, cidadãos comuns, jamais teremos. Mas o filme vale muito a pena! Recomendo!

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Alita: Anjo de Combate (Alita: Battle Angel) (2019)


Título: Alita: Anjo de Combate (Alita: Battle Angel) (2019)
Gênero: Ação / Aventura / Ficção Científica
Direção: Robert Rodriguez
Nota: 6,6/10

Crítica: Ação infanto-juvenil. O filme é baseado no mangá de Yukito Kishiro, Battle Angel Alita, lançado na década de 1990. Dentro do papel que a narrativa se propõe a desempenhar, a película não é ruim. Mas também não é ótima. Tem bastante ação e efeitos visuais de razoáveis para bons. Mas, no quesito criatividade, é mais do mesmo.

Roteiro básico da luta do Bem contra o Mal, jornada do herói e aquele velho e batido formato que, apesar de consagrado, já deu uma enjoada. Estamos no ano de 2563, 300 anos após uma Terceira Guerra Mundial (chamada de "A Queda), contando com intervenção interplanetária, que dizimou as então cidades aéreas, sobrando somente uma delas, Zalem, além do mundo terrestre, em total ruína. Ciborgues humanoides vivem entre os seres de carne. Alita (Rosa Salazar) foi encontrada no ferro velho (depósito de lixo da cidade aérea Zalem) pelo cirurgião Dr. Dyson Ido (Christoph Waltz), que a reconstitui.

A garota cibernética sofre de amnésia no início do filme, não sabendo quem é ou de onde veio. Mais tarde descobre-se como uma grande guerreira especializada em artes marciais que vai lutar contra criminosos e um poderoso adversário de Zalem, cidade para a qual todos os que nascem no solo almejam ir. O desenrolar da história ainda traz uma pitada superficial de romance. Pode ser que o filme tenha público cativo entre os fãs do mangá e agregue algumas crianças e adolescentes, mas não tem nada de especial e atraente para os adultos. Por isso, ficou com a nota mediana.

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A Bela e a Fera (La Belle et La Bête) (2014) - FRANÇA


Título: A Bela e a Fera (La Belle et La Bête) (2014) - FRANÇA
Gênero: Aventura / Fantasia / Romance
Direção: Christophe Gans
Nota: 7,3/10

Crítica: Filmes franceses sempre têm seu charme. Essa é a versão franco-alemã do clássico, baseado no conto de fadas, originalmente escrito por Gabrielle-Suzanne Barbot de Villeneuve, em 1740. O resumo da história é mais do que conhecido. Na França, em 1810, um mercador (André Dussollier), antes rico, perde todos os seus bens após o naufrágio de seus navios comerciais. O ex-burguês deixa a cidade e se muda com a família, composta por 6 filhos, 3 homens e 3 mulheres, para o interior do país. Um dia, voltando da cidade para casa, ele se perde e acaba em um castelo antigo.

Ao roubar uma rosa para levar para a filha mais nova, Bela (Léa Seydoux), o dono castelo, conhecido como Fera (Vincent Cassel), o jura de morte. Sentindo-se culpada pela sentença que recairá sobre o pai, Bela decide ir até o castelo e dar a própria vida para que o mercador seja poupado. Em vez de matar a moça, a Fera se afeiçoa a ela e ambos ficam muito próximos, até que Bela descobre o mistério por trás do então animal humanizado.

A grande diferença desta versão para a conhecida da Disney é que se trata mais de um drama do que um conto de fadas. Os personagens ganham densidade e profundidade e a história de amor na narrativa chega a ter até um certo suspense. É um filme mais pesado, com grande carga dramática. Já o filme da Disney tem um clima mais leve e de magia. É um musical que utiliza recursos gráficos e animações em objetos para deixar o ambiente mais divertido e pitoresco.

Gosto de ambos os tipos de narrativa, mas confesso que esse filme francês me surpreendeu. Curti a ideia de empregar densidade e dramaticidade ao enredo e aos personagens. Os efeitos visuais não são lá grande coisa e chegam até a decepcionar em algumas cenas. Mas a fotografia está belíssima, assim como o figurino. Vale muito a pena conferir!

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Chef (2014)


Título: Chef (2014)
Gênero: Aventura / Comédia / Gastronomia
Direção: Jon Favreau
Nota: 6,0/10

Crítica: Além de atuar, Jon Favreau tem a fama de dirigir bons filmes. Fazem parte da lista: Homem de Ferro (2008), Homem de Ferro 2 (2010), Mogli (2016) e a nova versão de O Rei Leão (2019). Chef tem plástica. E só. Nada de especial. A história é fraca e o argumento é simplório demais. Carl Casper (Jon Favreau) é chef de cozinha em um renomado restaurante em Los Angeles. Ele vive entrando em conflito com o dono do local, Riva (Dustin Hoffman), que não aceita mudanças no cardápio.

Um dia, o famoso blogueiro gastronômico, Ramsey Michel (Oliver Platt), vai ao restaurante e faz duras críticas à comida, o que provoca um conflito ainda maior entre Carl e Riva na tentativa de mudar o cardápio. Não sendo atendido, Carl é demitido e, com a ajuda de sua ex-mulher, Inez (Sofía Vergara) e de seu filho, Percy (Emjay Anthony), abre um food truck. Ali, ele é realmente feliz, cozinhando o que deseja.

Como braço direito, seu amigo, Martin (John Leguizamo) o ajuda a tornar a lanchonete itinerante um sucesso. A narrativa traz a problemática de um pai que tem dificuldade em entender o filho, com 9 anos de idade. Eles são distantes e Percy não recebe a atenção devida, mesmo demonstrando interesse em participar da vida e do trabalho de Carl. O enrendo também traz a importância da liberdade de criação para um chef de cozinha. Cozinhar é um ato que envolve paixão e alquimia. É preciso ousar, arriscar.

Além das pessoas, a narrativa ainda coloca como parte importante para o alcance do sucesso o uso de redes sociais, como Twitter, Facebook e vídeos virais no YouTube. Apesar de simples, a história é um tanto arrastada e sem graça. Não há um norte definido, não pende para lado algum: nem comédia, nem aventura. Como o roteiro é bem autoral, é importante ressaltar que, dos filmes que Favreau dirigiu, esse foi o segundo com menor orçamento. Apenas 11 milhões de dólares. Bem pouco se comparado ao Rei Leão, com um orçamento de 260 milhões de dólares. Não me empolgou.

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Playmobil - O Filme (Playmobil: The Movie) (2019)


Título: Playmobil - O Filme (Playmobil: The Movie) (2019)
Gênero: Animação
Direção: Lino DiSalvo
Nota: 6,0/10

Crítica: Brinquei bastante com Playmobil na infância. Esperava muito mais criatividade no filme. A narrativa não transmite emoção e o que poderia ser uma mensagem bacana para crianças e adolescentes acaba se perdendo. A história começa com os humanos e irmãos, Marla Brenner (Anya Taylor-Joy) e Charlie (Gabriel Bateman). Marla atingiu os 18 anos e quer viajar o mundo antes de ir para a faculdade. Ela compartilha os sonhos com o irmão mais novo, com quem brinca de Playmobil. Um acidente de carro mata os pais deles e Marla assume as responsabilidades de cuidar da casa.

Com as tarefas da vida adulta, ela deixa a diversão de lado e o irmão a cobra por isso. Uma noite, ele vai até uma exposição de brinquedos e descobre um mundo de Playmobil. Ele e a irmã acabam então se tornando personagens do mundo representado na exposição e vão viver uma grande aventura que vai uni-los e fazer com que retomem o espírito de diversão. Charlie se torna um guerreiro viking super forte e acaba capturado pelo Imperador Maximus, que deseja colocar os personagens mais fortes para se enfrentarem em lutas no Coliseu, como no antigo Império Romano.

Para salvar o irmão, Marla contará com a ajuda do motorista de food truck, Del e do agente secreto Rex Dasher. Apesar de dinâmica e cheia de ação, a película não empolga. As histórias paralelas são desconexas e não há profundidade. Obviamente, não podemos perder de vista que é um filme infantil. Logo, precisa ser o mais simples e direto possível. Ainda assim, deixa a desejar. Gostaria de ter visto um pouco mais de bom humor e um argumento central mais consistente. Também achei que os bonecos de Playmobil foram muito descaracterizados, principalmente no jeito de andar. Se houver um próximo, espero que seja melhor. 

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