Gênero: Mídia / Comunicação / Cinema / Publicidade / TV / Suspense
Duração: 1h35
País: EUA
Direção: Barry Levinson
Elenco principal: Dustin Hoffman, Robert De Niro, Anne Heche, Denis Leary, William H. Macy, Willie Nelson
Nota: 8,8
Conversava esses dias com uma amiga do trabalho, Jalu Malaquias, grande amante do jornalismo e da fotografia de coberturas de guerra, a quem dedico este post. Ela me contava da ótima ideia que tivera para um texto: listar, compilar e comentar alguns títulos de filmes destinados ao jornalismo. Falamos, inclusive, do vencedor do Oscar de 2016, já retratado aqui neste blog: Spotlight.
Durante nosso bate-papo, lembrei-me de um que é destinado aos amantes da comunicação, em especial a quem curte as áreas de TV, Marketing, Cinema e Publicidade e Propaganda. Embora também aborde, em menor grau, o jornalismo. Trata-se do filme Mera Coincidência, com Robert De Niro e Dustin Hoffman. Para quem curte comunicação, é obrigatório assistir!
No entanto, ao contrário de Spotlight, acredito que Mera Coincidência não seja um filme apenas de nicho. Seu viés é mais amplo e alerta as pessoas para algumas farsas que podem ser produzidas pela mídia (naquela época, mais a TV, meio de comunicação que ainda seduz muito o público), nas quais a massa acaba acreditando.
Antes da internet, a TV reinava, como uma caixa mágica de sonhos, fantasias, ilusões e... verdades! Tenho certeza de que você conhece alguém que já falou algo mais ou menos assim: "Fulana, você viu? Aconteceu tal coisa!" A Fulana responde: "Mas como você sabe que isso é verdade?" "Sim, eu sei! Deu na TV!" Ou então: "Deu no Jornal Nacional!"
Basicamente, é disso que Mera Coincidência trata. Feito em 1997, numa época em que não havia acesso à internet e telefones celulares. A TV era (ainda é!) o grande veículo de entretenimento e informação da maior parte da massa. Ou seja, o que passava ali era absolutamente confiável! Verdade pura, irrefutável! (sabemos que não...)
Veja se a história lhe parece familiar. O presidente dos Estados Unidos se encontra envolvido em um escândalo sexual, poucos dias antes da eleição. Com medo de não ser reeleito e precisando limpar a imagem, ele pede que seu assessor, Conrad Brean (Robert De Niro), secretamente, entre em contato com um produtor de Hollywood, Stanley Motss (Dustin Hoffman) para que ele crie algo que possa servir como uma cortina de fumaça e desviar a atenção do público dos fatos do escândalo.
A "notícia do momento" seria uma guerra contra a Albânia, produzida em estúdio, com efeitos especiais, trilha sonora, como um filme que concorresse ao Oscar. O boato da guerra é espalhado para a massa. Motss e a equipe de Brean roteirizam e gravam cenas, liberando-as para a mídia que, focada apenas nos fatos aparentes, sem apuração profunda (o filme não deixa claro se, por interesse ou ignorância), noticia tudo sobre a guerra e o público praticamente esquece o escândalo.
Acontece que a CIA descobre a farsa e pressiona o presidente a acabar com a situação. O presidente vem a público e diz que a CIA confirma o fim do "conflito". Assim, a equipe de Motss é obrigada a finalizar a guerra. Mas, com isso, os holofotes se voltam novamente para a divulgação daquele quase esquecido escândalo presidencial. Motss então inventa uma espécie de "extensão do conflito", uma continuidade, com rescaldos da guerra, como uma novela.
Recorrem ao Departamento de Operações Especiais de Oklahoma e pedem que mandem alguém que saiba como se portar em operações especiais para representar um soldado que é esquecido na Albânia. Ele seria um mártir que teria ficado para trás, como um sapato velho, tema de nova trilha sonora produzido pela equipe de Motss. O soldado teria sérios ferimentos e sairia da guerra como herói. Tudo é encenado e, novamente, os holofotes se voltam para o tal soldado, deixando o escândalo presidencial para trás.
Mas Oklahoma manda para desempenhar o papel um presidiário perturbado, que só fica bem à base de remédios. O detento causa vários problemas ao andamento do roteiro e, a partir daqui, paro de contar a narrativa em detalhes, pois o final do filme reserva ótimas surpresas! Fica para você, amigo leitor deste blog, descobrir que fim levou o soldado. E o presidente? Foi ou não reeleito? Alguém descobrirá o trabalho do produtor de Hollywood por trás de tudo?
A produção vale muito como reflexão sobre manipulação da massa pela mídia e pelos meios de comunicação de maneira geral. Antes, a TV exercia mais esse papel. Hoje, a internet já começa a trilhar o mesmo caminho. Um último ponto: destaque para a participação de Willie Nelson como produtor das trilhas sonoras da equipe de Motss. Notaça 8,8! Vale demais a pena assistir! Um forte abraço.
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