sexta-feira, 19 de agosto de 2016
Filha de Deus (Exposed) (2016) Nota: 3,0
Gênero: Suspense / Drama
Duração: 1h42
País: EUA
Direção: Gee Malik Linton (que usa o pseudônimo Declan Dale)
Elenco principal: Ana de Armas, Keanu Reeves, Christopher McDonald, Big Daddy Kane, Mira Sorvino
Nota: 3,0
Uma no cravo, outra na ferradura. Se na resenha anterior eu falei sobre um dos mais belos filmes que já vi (Interestelar), agora é hora de analisar um dos piores. O desastre chamado "Filha de Deus". Na verdade, a "culpa" do insucesso não está no roteiro ou na narrativa em si, mas sim na colcha de retalhos que a Lions Gate fez ao adquirir o filme para distribuição e editá-lo.
A ideia original dos produtores era desenvolver uma espécie de suspense com drama bilíngue (alguns personagens falam espanhol), que envolveria temas polêmicos como racismo, abuso infantil e religião, que seria uma válvula de escape para alguns atos como corrupções, mentiras e assassinatos. Vamos tentar explicar o roteiro.
O detetive Scott Galban (Keanu Reeves) investiga pistas e tenta descobrir o que há por trás da morte do seu parceiro policial, cujo corpo foi encontrado com uma faca nas costas, em uma estação de trem. Paralelamente, a narrativa nos mostra a vida de Isabel de La Cruz (Ana de Armas). Uma professora de ensino infantil, extremamente religiosa (católica fervorosa), que parece ter revelações e visões sobrenaturais sobre algumas circunstâncias.
Uma dessas visões acontece justamente nessa estação de trem, no mesmo dia do assassinato do policial. A moça vê um senhor que flutua sobre os trilhos, a cumprimenta e vai embora. As histórias dela e do detetive Scott correm de forma quase independente e se cruzam quando o policial vê uma foto de Isabel em frente à fachada de uma casa noturna. Isabel estava na balada com o cunhado, o ex-presidiário Jose de La Cruz (Ismael Cruz Cordova) e um amigo dele, com o qual esteve envolvido em uma gangue criminosa. O local fica perto da estação de trem em que o detetive foi morto.
Assim, Scott acredita que um desses personagens suspeitos possa ter envolvimento com a morte de seu parceiro e vai atrás deles. Na delegacia, o policial, no entanto, descobre que o detetive morto tinha uma conduta questionável. Ele corrompia traficantes de drogas, agia com violência desmedida e estava sendo acusado até de ser um estuprador. Mesmo assim, insiste em descobrir quem o matou, a pedido da sua viúva. Scott a alerta que todos os escândalos poderiam vir à tona e, se isso acontecesse, ela poderia perder uma série de benefícios sociais que teria com a morte do marido, como a pensão.
Determinado a resolver a questão, o detetive procura Jose de La Cruz em busca de pistas. Enquanto isso, Isabel segue tendo visões meio desconexas, como entidades que aparecem vestidas ora de branco, ora de vermelho e ora de preto, como se a cor indicasse alguma situação que iria ocorrer. Como professora, a moça tem um carinho especial por uma de suas alunas, Elisa (Venus Ariel) e desconfia que ela está sendo abusada ou violentada pelo pai.
Isabel, cujo marido está defendendo o país em uma guerra internacional, descobre que está grávida, mesmo sem ver o esposo há mais de um ano. Todos a julgam como adúltera e ela jura que o filho pode ser do espírito Santo. Já Scott não consegue encontrar pistas do crime e, depois de interrogar todos os personagens da foto, só resta a ele ir atrás de Isabel para tentar solucionar o ocorrido e chegar ao desfecho da narrativa.
Até onde pesquisei, o filme era para ser mais um drama com abordagem daqueles temas que citei acima do que propriamente um suspense policial. Keanu Reeves teria apenas uma participação como coadjuvante. No entanto, sabemos que ele que vende a bilheteria. Muita gente assiste a filmes movidos pelos atores que os estrelam.
Por isso, a Lions Gate editou o filme original, na tentativa de transformar Keanu Reeves no protagonista da trama. Resultado: a história ficou sem pé nem cabeça, toda retalhada. O roteiro parece não fazer sentido algum, totalmente largado, abandonado e pessimamente amarrado. Uma verdadeira porcaria. As cenas são completamente desconexas e o final tenta juntar os cacos soltos sem nenhum sucesso.
Ou seja, o filme original, que tinha alguma chance de ser apenas um razoável suspense policial com drama, virou um Frankenstein após as edições. Mal acabado, mal explicado, mal resolvido. Um trabalho muito mal feito, sem cuidado algum! Tanto é que, se você der uma observada na ficha técnica, o diretor, Gee Malik Linton, ficou tão envergonhado do resultado final que não quis assinar os créditos, colocando um nome de pseudônimo, Declan Dale! Preciso falar mais?! Nota 3,0 para ser bonzinho! rsrsrs Não recomendo! Um forte abraço!
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Pessoalmente acho que o filme pode ter sido melhor, mas acho que teve um grande elenco. O que eu mais gostei foi do trabalho de Ana de Armas. Foi a primeira vez que eu a vi e me surpreendeu. É uma atriz preciosa que geralmente triunfa nos seus filmes. Recém a vi no Blade Runner 2049 trailer. Sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinária. Fez uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem. Se vocês são amantes do trabalho da atriz este é um filme que não devem deixar de ver. É uma historia que vale a pena ver.
ResponderExcluirO problema do filme foi a edição, que tornou-o um tanto quanto confuso, com trama mal costurada entre os demais personagens, porém a história em si é bem interessante. A interpretação da atriz principal foi muito boa, já a do Keanu Reeves, como sempre, foi bem insossa.
ResponderExcluirO próprio realizador do filme exigiu que o seu nome fosse retirado da obra, depois que os produtores decidirem editar o filme (crítica do New York Times).
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